Time de Vendas Remoto: Princípios, práticas e gestão

Antes de você julgar eu já vou dizer: Sim, esse post foi desenvolvido devido a toda a situação que estamos vivendo atualmente no Brasil e no mundo.

Mas não, ele não vai falar mais do mesmo!

Meu objetivo aqui é ajudar você a entender o que precisa ser feito para que o trabalho remoto, independentemente do motivo pelo qual precise acontecer, seja uma forma de você e seu time produzirem ainda mais do que produziriam normalmente em um escritório.

Home-office é uma boa escolha para qualquer perfil de pessoa? Não, claro que não. Contudo, o que não pode ser feito em uma situação de trabalho remoto, seja ela obrigatória ou não, é simplesmente jogarmos tudo pro alto e dizermos: “isso não é pra mim”.

Então, se você não costuma se dar bem nessa situação de trabalho, seja você um vendedor ou um gestor, este post vai te dar as principais diretrizes e melhores práticas para você reverter essa situação por completo.

Esse conteúdo é focado, mais uma vez, em ajudar o nosso ecossistema a construir um time de vendas remoto.

Agora, se você já se dá bem com esse modelo, você vai encontrar novos hacks e ideias para aplicar na sua otina de trabalho e se destacar ainda mais como alguém que consegue dar conta do recado, independentemente de onde estiver trabalhando.

Então vamos à ação?



Os princípios básicos para todo time de vendas remoto

Para que uma empresa desenvolva e sustente uma operação remota de vendas, seja ela de curto ou longo prazo, é preciso ter algumas diretrizes em mente.

Primeiro de tudo é entendermos o contexto em que essa empresa e/ou essa operação estão inseridas. Um forma simples e rápida de termos uma ideia inicial, é fazermos uma análise SWOT da empresa ou da solução que o time irá vender.

Entendendo estes fatores internos e externos, será muito mais fácil planejar e executar o que precisa ser feito.

Um ponto que precisa ser reforçado é que essa matriz precisa ser atualizada de tempos em tempos e também quando acontece alguma mudança crítica na empresa ou no mercado.

Por exemplo, quando um vírus se torna uma pandemia mundial, os mercados estão em crise e a forma de trabalhar (e de vender) mudou.

Então, depois de entender bem o contexto interno da sua empresa, a realidade externa do mercado, vai ficar muito mais claro qual o direcionamento precisaremos seguir dentro dos 4 aspectos abaixo. 

Estes são os principais pontos de atenção em uma equipe de vendas que trabalha remotamente, de home-office.

Time (Pessoas)

Juntamente com o último pilar (Comunicação), este será o fator mais determinante no sucesso da operação: As pessoas que formam essa operação.

Muitas pessoas começam a falar aqui sobre o desenvolvimento de uma cultura de trabalho remoto e tudo mais, mas eu quero ser mais objetivo com você neste post.

A Cultura é super importante e é uma ótima forma de consolidar todos os pilares dos quais falaremos, mas ela está muito mais ligada a “como as pessoas trabalham” do que necessariamente a “qual cultura a empresa incentiva em seus colaboradores”.

Lidando e incentivando alguns dos pontos abaixo deve estar alinhado a sua cultura, sem que precise existir um desequilíbrio entre um ponto e outro. 

Perfil & Incentivos

Já no processo de contratação, é preciso procurar por pessoas que tenham um perfil mais executor e um senso de responsabilidade latente. Esse perfil, normalmente, não se permitirá ser improdutivo em um ambiente no qual não está sob supervisão.

Juntamente com um perfil de executor, precisamos garantir que essas pessoas consigam se expressar bem e comunicar isso de uma forma eficaz. Afinal, de nada adianta ter alguém que faz tudo, mas não consegue alinhar expectativas e nivelar o conhecimento com o restante do time. 

Comunicação é um dos princípios do trabalho remoto, mas não se trata só de volume. Também precisamos de qualidade. Então garanta que todos são comunicadores minimamente satisfatórios, tanto na escrita quanto na fala.

É claro, durante o processo de contratação também podemos investigar o comportamento do SDR/vendedor em momentos que ele estava com pouca supervisão operacional. Ele teve algum gestor que não micro-gerenciava? Como era a sua performance um uma atividade com pouco direcionamento. 

Lembre-se sempre que profissionais com maior nível de maturidade são capazes de enfrentar desafios e remover obstáculos com maior facilidade. Enquanto membros do time mais novos requerem maior direcionamento e acompanhamento. 

Agora, para garantir o ritmo e as entregas desse time em médio e longo prazo, incentivos baseados em produtividade são sempre interessantes. 

Normalmente o vendedor já é comissionado de acordo com as vendas, mas tenho certeza que você, gestor, consegue ser criativo e pensar em outras formas de motivar esse time também, certo? Incentive-os!

Depois de definir um perfil de vendedor para o trabalho e também quais serão os incentivos para o bom-desempenho dele, o ideal é que se construa uma relação mútua de confiança entre vendedor e gestor.

Confiança & Transparência

Em um ambiente onde não se pode acompanhar o trabalho de um time, o gestor precisa receber feedbacks e atualizações constantes do dia-a-dia do seu time, assim como dos resultados que estão trazendo.

Esta é a parte mais delicada, na minha opinião.

Como o trabalho remoto não permite um acompanhamento próximo e acaba demandando que os vendedores se reportem ainda mais para seus gestores, atritos e desconfianças podem facilmente surgir no meio do caminho.

Um gestor que fica muito em cima do seu time, cobrando informações a todo o momento e tentando validar se elas estão corretas ou não, acaba sendo temido pelo time. 

Talvez esse posicionamento até traga mais resultados e aumente a produtividade no curto-prazo, mas no longo irá destruir a relação do gestor com o time e trazer várias consequências negativas, para eles e para a empresa.

Da mesma forma, um vendedor que não se reporta com frequência e não deixa claro quais estão sendo suas atividades do dia-a-dia, assim como seu planejamento, suas prioridades e seus resultados, vai começar a ser visto como um elemento negativo naquela equipe.

Portanto, é preciso que o gestor se posicione “do mesmo lado” de seus vendedores, e não contra eles. Demonstrar que está lá para ajudar e que empatiza com os desafios da sua equipe. Retirar os obstáculos da frente e manter as forças de todos alinhadas na mesma direção.

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Nova call to action

Juntamente com isso, os vendedores precisam demonstrar boa-vontade em manter o time atualizado sobre seu desempenho e se comunicar constantemente, assegurando o desenvolvimento do todo.

Como o nosso CEO Vinícius costuma dizer:

É preciso criar um ambiente de transparência radical (radical transparency), para que todos possam compartilhar seus erros, assim como seus acertos, e também para que possam pedir ajuda e dizer “Desculpa galera, eu fiz algo errado. Vocês conseguem me ajudar a sair dessa”?

Se o ambiente e a cultura da empresa permitem que qualquer um do time haja assim, sem ser julgado ou crucificado (dentro do bom-senso, é claro), então a confiança irá surgir e se estabelecer organicamente em toda a equipe. 😀

Processos (Direcionamento)

Um processo pode ser definido como uma sequência de ações e operações a serem seguidas para que um resultado final desejado aconteça.

Portanto, não existe isso de acreditar que exista um  processo de vendas mesmo que ele não esteja documentado. Se esse é o seu caso, o primeiro passo a ser tomado é justamente documentar esses processos e compartilhá-los com o time. Tenho certeza que se tem mais de uma pessoa executando uma etapa, a visão delas será diferente. 

Uma ótima forma de ter todos alinhados e nivelados quanto aos processos que precisam seguir e também às melhores práticas dentro disso, o ideal é construir um Playbook de Vendas

Nele devem estar descritas todas as atividades e possíveis situações pelas quais os vendedores podem se deparar no dia-a-dia de trabalho.

Escolher o que estará dentro ou fora do playbook vai de cada operação, mas o ideal é que ela contenha as informações fundamentais para capacitar os vendedores e muní-los com as informações necessárias para realizarem seu trabalho de forma eficiente e com resultados constantes.

Alguns exemplos do que pode ser colocado em um playbook, são:

  • Informações sobre a solução que será vendida;
  • Informações sobre o mercado em qual a empresa está inserida;
  • KPIs, OPIs e regras de comissionamento/bonificação;
  • Fluxogramas dos processos a serem executados;
  • Cases de sucesso de clientes;
  • Matriz de objeções com as situações mais frequentes;
  • Instruções de como usar as ferramentas de trabalho;
  • Estrutura dos principais fluxos de cadência ao longo do funil;
  • SLA de entregas e relação delas com os outros setores da empresa.

Claro que não é preciso colocar tudo isso e também é claro que existem várias outros direcionamentos que podem e devem estar presentes no Playbook, mas isso realmente vai de caso a caso (eu sei, eu também odeio receber essa resposta).

O mais importante aqui é que esses processos estejam sempre sob avaliação e otimização, assim como a comunicação com o time esteja sempre bem atualizada, para manter todos na mesma página.

Se você fizer isso direito, o playbook vai ser a bíblia (ou a constituição) do seu time de vendas, a qual vocês poderão consultar sempre que algo sair do planejado ou quando surgir dúvidas e discussões. 

Consultar o playbook não resolveu? Então isso já indica uma melhoria a ser feita, adicionando ou retirando partes para ele estar sempre bem alinhado com a realidade daquela equipe.

Alguns processos essenciais para praticamente qualquer time de vendas, principalmente remotos, são:

  • Desenvolvimento de relatórios semanais de desempenho com os principais KPIs;
  • Sales Engagement, com fluxos de cadência para as diversas etapas do funil;
  • Mentorias semanais ou One on Ones entre vendedores e gestor;
  • Reuniões rápidas e diárias com o time para compartilhamento de informações pré-acordadas (por exemplo: as prioridades da semana, evolução nos objetivos da semana, o que foi feito no dia, o que atrapalhou o trabalho, qual o planejamento para os próximos dias, etc;
  • Reuniões semanais do time para compartilhamento de informações (mesma pegada das reuniões diárias, mas agora levando em conta a semana);
  • Treinamentos contínuos e constantes com o time, sejam ministrados pelo gestor, ou seja por meio de plataformas de treinamento de vendas;
  • Segmentação de sub-equipes, com 2 a 3 pessoas, para dar um senso ainda maior de unidade, competição saudável e de trabalho colaborativo;
  • Divisão de objetivos semanais, mensais, trimestrais e assim por diante (OKRs são uma ótima estratégia para fazer isso acontecer).

Além disso, existirão vários outros processos específicos de cada cenário e de cada operação. 

Minha última dica aqui, e que já vai puxar para o próximo princípio, é de tentar automatizar o máximo de processos e atividades operacionais que você puder, desde que isso não afete muito a qualidade final da entrega.

Mas, para garantir essa eficiência operacional nos processos, é preciso munir o time das ferramentas adequadas para fazer isso rodar bem.

Ferramentas (Aceleradores)

No caso de vendas e de times remotos, quando falamos de ferramentas estamos basicamente querendo dizer “softwares”.

Esses softwares devem ser escolhidos, adquiridos e usados para aumentar a eficiência e/ou a qualidade do trabalho que o time executa, além de facilitar o gerenciamento deste trabalho e trazer visibilidade sobre como ele está sendo executado e os resultados disso.

A ideia aqui é focar em ferramentas colaborativas e que permitam o acompanhamento do time em tempo real. 

Como isso vai diferir de caso a caso e de processo a processo, vou simplificar para você e passar uma lista com alguns dos principais tipos de software que ajudam times de vendas remotos, assim como alguns exemplos e sugestões para cada tipo.

Tipos e exemplos de ferramentas para otimizar o trabalho remoto

  • Compartilhamento de documentos: Google Drive, One Drive ou Dropbox;
  • Compartilhamento de ideias: Notion, Tettra e Mindmeister;
  • Comunicação entre o time: Slack, Whatsapp ou Skype;
  • Reuniões remotas: Hangouts, VoIP do Reev, Skype, Zoom ou Whereby;
  • Gravação de calls: FBX Recorder, Loom, OBS Studio ou VoIP do Reev;
  • Gerenciamento de projetos: Asana ou Trello;
  • Listas de afazeres: Todoist, iDoneThis, Google Keep ou Notion;
  • Forecasting e análise de pipeline: CRMs em geral (Pipedrive, Hubspot, etc);
  • Priorização, visibilidade e eficiência executando atividades: Reev;
  • Treinamento e desenvolvimento constantes: Reev Academy.

Acho que, com essa lista, já dá para você começar a definir quais as principais ferramentas que sua equipe precisa para rodar seus processos com eficiência e trazer os resultados necessários, certo?

Inclusive, se tiver alguma dúvida ou precisar de um direcionamento, pode me mandar um email no [email protected] que tentarei de dar alguma dica mais específica para o seu contexto.  😀

Agora, para finalizarmos os princípios de trabalho remoto, vem um pilar que une todos os últimos três que acabamos de falar. E ele é a Comunicação.

 Playbook Completo: Outbound & Sales Engagement

Comunicação (Alinhamento)

Depois de: formar uma equipe com as pessoas certas (1); de documentar e otimizar um processo que incentiva a produtividade e o alinhamento de informações entre o time (2); e de definir quais as ferramentas ideias para aumentar a eficiência e a visibilidade do trabalho no dia-a-dia (3); o ideal é que a comunicação junte todos esses fatores e faça-os funcionar em conjunto e sem mais atritos.

A regra aqui é clara: É melhor comunicar exageradamente, do que comunicar insuficientemente.

O equilíbrio é sempre o ideal? Claro que é, mas como “comunicação” é algo muito intangível, e que depende de duas ou mais partes (não só de quem está comunicando), é melhor pecar pelo excesso do que pela falta. E no caso de times remotos isso é ainda mais verdadeiro.

No tópico de Ferramentas eu mencionei várias que ajudam nessa comunicação e no alinhamento, mas tanto o gestor quanto o time precisam ter noção de suas responsabilidades em fazer isso acontecer.

No post falando sobre Os Efeitos do COVID-19 em Vendas, o Vinícius falou um pouco mais disso e deu alguns exemplos, mas o que precisa ficar claro é que sem comunicação todos os outros princípios irão falhar e não se relacionarem entre si.

Alguns dos pontos principais da comunicação entre o time, são:

  • Passar e receber feedbacks;
  • Comunicar alterações e otimizações de processo;
  • Atualizar o time sobre situações que ocorreram ou que vem ocorrendo na empresa;
  • Formalizar e alinhar os objetivos/prioridades da empresa, da equipe e dos indivíduos;
  • Atualizar o time sobre o trabalho que está sendo feito por cada um e como isso impacta nas atividades do restante da equipe;
  • Disseminar novas descobertas e otimizações que podem ajudar a todos;
  • Repassar aprendizados individuais para o restante do time;
  • E, claro, socializar, criar laços e se divertir com seus colegas de trabalho (mesmo que não estando no mesmo ambiente).

Tudo isso, claro, vai depender: 

  1. Do perfil adequado das pessoas que compõem o time.
  2. Dos processos estruturados e documentados para direcionar a comunicação.
  3. Das ferramentas escolhidas para facilitar a colaboração entre os membros da equipe.

Sem esses 3 pilares, a comunicação terá dificuldade de fluir. Mas, com os 3 pilares bem-estruturados e uma comunicação mal-feita, os resultados também não irão aparecer (ou pelo menos não serão tão bons quanto poderiam).

Agora que já estamos, eu e você, alinhados quanto aos principais elementos formadores de times remotos de alta performance em vendas, vamos aos pontos específicos: Como render mais trabalhando remotamente, quando estamos na linha de frente e quando estamos na gestão desse time.

Partiu?

Como fazer o home-office render quando se é Vendedor e/ou SDR

Que vendedores não são normalmente conhecidos por sua organização todo mundo já sabe. 

Mas cada dia mais essa é uma competência necessária dentro de um ecossistema de vendas que traga resultados e que seja escalável.

Pessoas que conseguem organizar e seguir uma rotina diária, terão mais facilidade em manter uma produtividade alta em um cenário de trabalho remoto.

Por isso, organização e foco são os principais pontos de atenção que um vendedor precisa de ter caso esteja em um cenário de home-office.

Defina (e siga) a sua rotina

A ideia aqui é que você consiga se organizar e cumprir o seu planejamento (diário, semanal, mensal) sem muitas distrações.

Saber o que iremos fazer, quando iremos começar e até quando precisamos ter terminado, nos dá um senso de urgência e priorização que ajuda, não só na produtividade, mas também a nos manter motivados para cumprir aquilo.

Portanto, feche os horários na sua agenda com as atividades que você precisa fazer. De preferência, ataque primeiro as atividades prioritárias. 

Terminando logo as coisas mais importantes do dia você já começará com o pé direito e com uma sensação de dever cumprido. Além de ser mais produtivo no restante do dia, você estará mais motivado.

Garanta também que, para as tarefas que demandam mais concentração (ou as que você não gosta de fazer), um horário foi fechado na sua agenda em que você não fará nada que não essa atividade.

Um bom exemplo para vendedores e SDRs iniciantes são as famigeradas Cold Calls. Aqui na Reev nós chamamos de “Power Hour” aquela hora bloqueada na agenda em que o foco será total na atividade em questão.

Aqui o objetivo é realizar um grande número de atividades em um curto espaço de tempo. Por isso precisamos de 100% da nossa atenção. Então desligue o celular, suspenda as notificações do seu computador e, independentemente do que precisa ser feito, vá lá e faça!

Ainda falando de rotina, aproveite o tempo a mais no dia que o home-office nos dá (já que não precisamos ir e voltar do escritório) e use ele ao seu favor. Não para trabalhar, mas para dar uma volta, mudar de ambiente, ler um livro, fazer um exercício físico.

Esse tipo de atividade nos ajuda a ser ainda mais produtivos nas horas que estamos focados no trabalho. Ficar o dia inteiro trancafiado em um cômodo vai te deixar bem mais improdutivo. 

Não importa quantas horas passamos em frente ao computador, mas sim o que conseguimos aproveitar e entregar com isso.

Se coloque em um ambiente favorável

Da mesma forma que sair de casa e “respirar novos ares” nos ajuda quando voltamos a trabalhar, não ter um ambiente de trabalho específico também pode atrapalhar, e muito.

Trabalhar deitado na cama pode ser tentador à primeira vista, mas esse é um exemplo de hábito que pode acabar com sua produtividade (e até mesmo com o seu sono).

Isso se dá porque o nosso cérebro se acostuma com determinados ambientes e assimila qual estado mental precisamos ter em cada um deles.

Se você usa sua cama normalmente só pra dormir, mas começa a trabalhar de lá também, você vai acabar ficando com sono durante o trabalho e/ou perder esse sono na hora de realmente dormir.

A forma como nosso cérebro experiência e reage a esses ambientes vai determinar a qualidade do nosso trabalho estando alí. Portanto, defina com cuidado onde será o seu “ambiente de trabalho” e treine seu cérebro para reconhecer que, ao entrar ali, é hora da ação.

Você tem filhos e/ou a sua casa já é normalmente um ambiente com muitas distrações?

Faça combinados com as pessoas que moram com você para não te perturbar nos seus horários de trabalho ou não fazer barulho em determinados períodos do dia. É preciso contar com aqueles que moram contigo pra fazer isso realmente dar certo pra você.

Outro aspecto que não faz muito parte do ambiente, mas sim de você, é o jeito que você se veste. 

Acordar e não se dar ao trabalho de tomar um banho e vestir uma roupa casual (não, pijama não é uma roupa casual!) também pode dar os sinais errados para o seu cérebro e reduzir sua produtividade.

Portanto, vista-se como se estivesse indo trabalhar ou, ao menos, como se fosse sair de casa. Isso já vai excluir boa parte das vestimentas inadequadas para você realmente “entrar no flow”.

Defina objetivos, acompanhe seu desempenho e se recompense pelas vitórias

No home-office não temos ninguém nos observando ou vigiando diretamente. Portanto, cair em pequenas distrações (e continuar lá) é algo que acontece sem que sequer tomarmos consciência.

O ideal aqui é definir os seus objetivos bem claramente, baseados em fatores mensuráveis e que podem ser avaliados e validados ao longo do tempo.

Desde seu objetivo daquele dia específico, até o seu objetivo anual, você precisa ter aquilo à vista a todo momento e, de preferência, acompanhando o seu progresso em direção a ele.

Isso vai te ajudar a manter o foco, a priorizar bem seu tempo e suas decisões e ainda vai te dar mais motivação para seguir no mesmo pique, à medida que você vê que está fazendo progresso.

Se puder, faça acordos com sigo mesmo sobre recompensas que você pode “se dar” em cada milestone que você alcançar.

Por exemplo, se você conseguiu alcançar seu objetivo diário, se permita ficar um tempinho a mais naquela rede social que você gosta, ou assistindo ao seu programa favorito.

Atingiu seu objetivo da semana? Abra uma cerveja (ou outra bebida de preferência) para comemorar a sua determinação e os resultados que você conseguiu atingir.

Se você bater a meta do mês, garanta que você vai separar um dia do seu final de semana para fazer a atividade que você mais gosta, em comemoração ao objetivo alcançado e à raça que você teve que dar pra fazer acontecer.

Trabalhar remotamente te fará se sentir solitário às vezes, por isso você precisa visualizar o seu progresso, comemorar suas vitórias e saber muito bem aonde você quer chegar, entendendo os sacrifícios necessários para alcançar aquilo.

Como gerenciar um time de vendas remoto

Para gestores de vendas o cenário fica ainda mais complexo.

Além de ter que se auto-gerenciar e seguir dicas como as que foram dadas nos tópicos acima, ele também precisa garantir que toda sua equipe esteja motivada, produtiva e entregando os resultados esperados.

Como eu disse lá nos princípios do trabalho remoto, o principal ponto de atenção aqui é a própria equipe: as pessoas.

Se importe de verdade

Não apareça só quando for chamado ou quando precisar de alguma coisa. Mostre para o seu time que você está ali para eles e por eles.

Nada mais realizador para um vendedor do que sentir que seu gestor “compra suas brigas” junto com ele. Esta é a sensação de segurança que eles precisam ter para conseguirem focar 100% na execução do seu trabalho. O gestor está do lado deles.

Portanto, ao invés de fazer reuniões apenas para analisar o desempenho deles e passar feedbacks, seja um mentor para cada um dos membros do seu time.

As reuniões semanais (tanto as de equipe quantos os one-on-ones) são ótimos momentos para direcionar, aconselhar e realmente ajudar as pessoas que trabalham contigo a serem ainda melhores no trabalho que elas fazem.

E, além de incentivá-los individualmente, motive-os como um todo. Enalteça o trabalho bem-feito em equipe, assim como a competitividade saudável entre as pessoas que a compõem. Isto é uma ótima forma de manter o time engajado e em sintonia uns com os outros.

Faça do Playbook o melhor amigo da sua equipe

Assim como as pessoas da sua equipe e a comunicação que ocorre entre vocês são pilares para o trabalho remoto funcionar, os processos, as ferramentas e as instruções que você comunica ao time também são fundamentais no sucesso da operação.

Portanto, documente bem os seus processos em um playbook, assim como as instruções e melhores práticas das ferramentas que os vendedores irão usar em seu dia-a-dia.

Inclusive, a própria parte de “comunicação” pode ser alinhada nesse playbook. Documente e formalize que:

  • Haverão reuniões diárias e/ou semanais;
  • Que determinados assuntos têm maior ou menor prioridade;
  • Assim como a necessidade e a importância de um fluxo de informações constante entre o time todo.

Se você estruturar um playbook com maestria e fizer com que seu time realmente siga ele, consulte-o quando necessário e, principalmente, atualize-o quando preciso, você irá garantir que todos estão com os vetores de esforço alinhados para a mesma direção.

Você vai somar as forças do seu time e manter todos na mesma página, com as mesmas prioridades, os mesmos objetivos e ainda garantindo um fluxo de informações e otimizações entre eles.

Conclusão (Dica Extra: Foque nos fatores “controláveis”)

Não, gestores não têm total controle e visibilidade sobre o dia de trabalho de seus vendedores, quando a equipe de vendas trabalha remotamente.

Não, os vendedores não controlam grande parte das distrações e dos atritos que surgem em seu caminho em um cenário de home-office.

Contudo, o que pode ser controlado é:

  • A forma como enxergamos e tratamos uns aos outros;
  • A quantidade de esforço que colocamos para realizar uma tarefa que precisa ser feita;
  • Os incentivos que damos e recebemos quando os objetivos são alcançados;
  • A disponibilidade que oferecemos para ajudar nossos companheiros de equipe;
  • A atenção que escolhemos dar às coisas de maior ou menor prioridade;
  • A determinação que temos em bater nossas metas, uma vez que queremos fazê-lo;
  • O quanto investimos no nosso próprio desenvolvimento, assim como na evolução das outras pessoas do nosso time.

Em um ambiente onde gestores têm menos controle do que o normal e, por outro lados, os vendedores têm mais autonomia e liberdade do que nunca, focar em aspectos que fogem da nossa influência só vai tornar todos improdutivos.

Há décadas várias empresas vêm provando que o modelo de trabalho remoto não é em nada ruim e, muitas vezes, muito mais eficiente do que a própria rotina de escritório ao qual a maioria de nós estamos acostumados (também conhecida como office-office, rsrs).

Portanto, quer você esteja nessa situação hoje por escolha própria ou por forças maiores, como o Coronavírus, entenda e aceite que os elementos incontroláveis desse novo contexto não devem ser foco de preocupação.

Inclusive, a melhor forma de tentar influenciar nisso é, justamente, dando prioridade para o que pode ser controlado, como todos os pontos que falei contigo ao longo deste post.

Algumas dessas dicas e ações só podem ser efetivamente implementadas com um pouco mais de tempo, mas a maioria delas já podem ser colocadas em prática de imediato, surtindo o efeito desejado.

Então, seja você um vendedor, um SDR ou um gestor de vendas, entenda que o trabalho remoto já é uma realidade e que, cedo ou tarde precisaremos nos adaptar a ele de alguma forma.

Seja por causa de uma pandemia que nos obriga a trabalhar de casa, ou seja pela própria evolução dos mercados e dos ambientes de trabalho na nova década em que estamos entrando, ter disciplina, organização e trabalhar em equipe são aspectos fundamentais para qualquer time.

Trabalhar de casa ou de um escritório não faz diferença quando estamos no ambiente adequado e sob os incentivos corretos. 

Até a próxima e bora fazer acontecer!

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